terça-feira, 29 de maio de 2012

Capitais do Conhecimento

Na sociedade atual, além dos fatores tradicionais de produção - terra, capital e trabalho - encontramos outro que tem sido o diferenciador - o conhecimento - que tem agregado mais valor as organizações. Este fator considerado intangível, tem seu conceito aprimorado desde a década de 80, quando Sveiby classificou os ativos intangíveis em três categorias: capital do consumidor, capital estrutural e capital humano ou intelectual. Acreditamos que hoje, o modelo que melhor representa os capitais do conhecimento seja o dos quatro capitais: o ambiental , o estrutural, o intelectual e o de relacionamento.

O capital ambiental pode ser definido pelos vários aspectos e características que são identificados na região onde a organização se encontra. Todos os valores, aspectos legais e governamentais, clima, geografia, e outros, devem ser considerados. Por esta definição é possível compreender, como algumas empresas possuem desenvolvimento maior que outras, quando se encontram em um ambiente mais propício ao seu tipo de negócio.

O capital estrutural se resume na estrutura necessária para as empresas funcionarem e a ela pertencem. São os sistemas administrativos, os softwares, as marcas ,as patentes, os prédios. De todos esses fatores, a forma de atuação da estrutura organizacional é que tem influenciado com mais impacto, os resultados desejados.

O capital intelectual trata do conhecimento das pessoas que se encontram em uma organização. Diferente do capital estrutural , ele pertence ao indivíduo, mas a utilização eficaz deste potencial , tem o poder de gerar valor para as empresas e para as pessoas. A dificuldade das organizações é conseguir transformar o conhecimento tácito (aquele referente à experiência individual das pessoas) em explícito (que se pode encontrar em livros e palestras ), de modo a agregar valor aos produtos ou serviços prestados.

O capital de relacionamento pode ser entendido como o facilitador para os outros capitais, uma vez que trata dos relacionamentos-chave para os negócios da empresa, podendo ser individuais ou institucionais. Incentivando os relacionamentos e as alianças estratégicas as empresas passam a ganhar mais.

A interação entre os capitais e o reconhecimento da importância dos mesmos, devem levar em conta em determinada ocasiões a existência de uma relevância maior de um capital em detrimento de outro. Desta forma, o tratamento dado a cada um destes capitais precisa ser adequado as suas características específicas.

Capitais do Conhecimento é marca registrada pelo CRIE- Centro de Referência em Inteligência Empresarial da COPPE/UFRJ.

domingo, 27 de maio de 2012

Absenteísmo e Presenteísmo

Talvez você nunca tenha ouvido falar nestas duas palavras. Mas é bom ir se acostumando a elas, pois são palavras cada vez mais presentes nas organizações.
Todo gestor sabe que a saúde, a motivação e a capacitação de seus empregados são fatores do sucesso econômico das empresas. Entretanto, doenças que causam a incapacidade temporária do empregado podem gerar prejuízos que afetam a produção e o lucro da empresa.
Absenteísmo é a ausência temporária do trabalho por motivo de doença. Além de afetar o lucro e a produção das empresas, o absenteísmo também gera horas extras, atrasos nos prazos, clientes descontentes e aumento da atividade dos outros funcionários que tem de dar a cobertura para o colega ausente.
Para se ter uma idéia sobre o impacto na economia, em 2001, o absenteísmo por doença custou para a Alemanha, 44,76 bilhões de euros enquanto que para o Reino Unido, a perda foi de 11 bilhões de libras esterlinas, principalmente devido a doenças dos sistemas ósteomuscular e respiratório.
No Brasil, as despesas aumentaram 31,8% com a concessão do auxílio-doença. Em 2000, o auxílio-doença representava 3,2% dos gastos da previdência social; em 2004, esta despesa subiu para 7,5%
A Organização Panamericana de Saúde acredita que mais de 70% das empresas não apresentam condições ergonomicamente favoráveis para a realização das tarefas solicitadas a seus empregados.
Por outro lado, o índice de absenteísmo por doença vem decrescendo nos últimos vinte anos enquanto o índice de absenteísmo por doenças psíquicas vem aumentando. Isto se deve às mudanças que vem ocorrendo em função da globalização, entre as quais se incluem a terceirização, a reengenharia, o downsizing, maior produtividade, aumento do estresse e medo do desemprego.
Já o presenteísmo significa estar sempre presente ao trabalho, porém doente. Estas vítimas não faltam, mas apresentam sintomas como dores (de cabeça, nas costas), irritação, alergias, etc. Com isto, há queda da produtividade e prejuízos para a empresa.
Um estudo realizado pelo Institute for Health and Productivity Studies, dos Estados Unidos, mostrou que as empresas americanas chegam a perder 150 bilhões de dólares/ano devido à presença de funcionários doentes apresentando falta de rendimento nas suas atividades. No Brasil, estima-se que esta cifra pode chegar a 3% do Produto Interno Bruto, ou seja, 42 bilhões de reais/ano.
Entre os sintomas mais comuns do presenteísmo estão: dores musculares, cansaço, ansiedade, angústia, irritação, depressão, insônia e distúrbios gástricos. Entretanto, o grande gerador do presenteísmo é o estresse. De acordo com o International Stress Management Association, os oito países mais estressados do mundo, em ordem decrescente, são: Japão (70%), Brasil (30%), China (24%), Estados Unidos (20%), Israel (18%), Alemanha (16%), França (14%) e Hong Kong (12%). No Brasil, segundo o mesmo instituto, três em cada dez brasileiros apresentam problemas de saúde devido ao estresse no trabalho.
Estes números tem gerado nas empresas uma nova visão, sendo que algumas delas já apresentam projetos direcionados para a manutenção da saúde de seus funcionários. Isto inclui: reeducação postural global (RPG), massagens, drenagem linfática, ioga, meditação, ginástica laboral, alimentação balanceada, check ups periódicos, palestras motivacionais, etc. Porém, menos de 5% das empresas oferecem estes tipos de programas.
A grande maioria das empresas não possui programas específicos de qualidade de vida para oferecerem a seus funcionários. Entretanto, de acordo com José Tolovi Jr., presidente do Great Place to Work, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo (6 de março de 2005), “a médio prazo, tende a aumentar a preocupação da empresa com prevenção e controle de doenças, diminuindo o uso da assistência médica”.
Grandes empresas, como Pão de Açúcar, Natura, Motorola, já apresentam programas neste sentido. Por exemplo, a Motorola recebe R$ 3,00 em valor agregado para cada R$ 1,00 aplicado em programas de qualidade de vida. E esta parece ser a tendência mundial nas empresas e conglomerados.
De uma forma resumida, o importante é não ficar doente, principalmente se o empregado é do tipo motivado e que “veste a camisa” da empresa. Se a mesma não apresenta nenhum programa visando uma melhoria da qualidade de vida de seus empregados, cabe exclusivamente a eles buscar atividades que diminuam o estresse, tanto pessoal como no ambiente de trabalho.
Mudança de emprego, melhoria do clima interno da empresa, mudança de função, atividades físicas, férias, desenvolvimento de um hobby e trabalho voluntário são algumas sugestões para se viver menos doente e mais feliz.