segunda-feira, 16 de julho de 2012

JÁ OUVIU FALAR EM BACKCASTING ?



Certamente não é uma novidade, mas é um termo muito menos conhecido e utilizado do que o "forecasting". No entanto, pense numa situação em que a análise das tendências do momento não consegue indicar um futuro consistente, ou que indica um leque tão amplo de alternativas que torna-se impossível ter segurança na sua previsão.

Parecido com o que você está enfrentando no momento? É a sua dificuldade em responder como será o segundo semestre deste ano?

Tenho recebido perguntas sobre como será o segundo semestre de 2012 e como será o próximo ano, para definir os planos de negócios e tomar decisões pessoais.

Sinto vontade de dizer: - Ah! Então você achava que experiência não tinha valor? E agora, José?

Mas sinto que a resposta deve ser algo mais útil e interessante do que um sorriso maroto e uma resposta vaga sobre outros momentos da história em que sentíamo-nos igualmente desorientados.

O problema é que não mudamos o nosso modelo mental e prosseguimos tentando analisar as tendências díspares para visualizar uma direção clara para o próximo período.

Muitas vezes comento que o crescimento dos negócios e das empresas não está vinculado ao crescimento do mercado, e que as empresas podem buscar crescimento mesmo sob circunstâncias adversas. Da mesma forma, podemos ter progresso em nossas carreiras mesmo quando a situação não favorece o crescimento da empresa.

É que estamos muito mais acostumados ao processo de "forecasting" do que de "backcasting"! É apenas um trocadilho infame? Ou um caminho a ser proposto para definir planos para um período menos estável e mais nebuloso?

No processo de "forecasting", fazemos uma análise das tendências e buscamos uma convergência que nos indique a direção e o grau de variação em relação ao momento em que estamos. Quando não há convergência e não se apresenta um quadro natural das forças que orientam o mercado, ficamos inseguros em fazer propostas.

O processo do "backcasting" propõe o inverso. Define-se uma visão do futuro que queremos e retrocedemos planejando o que devemos fazer para alcançar o cenário visualizado. Claro que ainda assim haverá incertezas e alguns pontos obscuros, pois não se trata de uma "bola de cristal" infalível.

Mas o processo tem a vantagem de estabelecer um ponto de partida (ou melhor, de chegada) claro para se desenvolver um planejamento muito mais consistente e realista. Cria-se uma visão do que queremos alcançar e se questiona o planejamento das atividades que devem ser realizadas para alcançar o cenário visualizado.

Você já usou isso? Provavelmente. Muita gente que teve experiências em lidar com crises no passado, deve ter praticado este modelo ou deve ter sido orientado dentro deste processo, que é parte da visão sistêmica.

Muitas vezes, este modelo de "backcasting" é muito mais eficiente para análise de problemas e soluções de discussões do que o "forecasting", pois proporciona condições para a convergência. De uma discussão sobre "o que poderá acontecer", passamos para "o que queremos alcançar" e posteriormente para "o que devemos fazer".

Na próxima vez em que você estiver num impasse, tentando advinhar "o que nos acontecerá", talvez seja melhor direcionar os esforços para "o que queremos que aconteça".

É um processo especialmente útil para planejar o desenvolvimento da sua carreira, pois só sabendo o que se quer alcançar, podemos planejar as atividades que podem nos direcionar para o futuro desejado.